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Gioconda Rizzo

  • famosasanonimass
  • 28 de nov. de 2015
  • 2 min de leitura

Gioconda Rizzo nasceu em 1897, no Cambuci em São Paulo. Filha do fotógrafo italiano Michele Rizzo, aprendeu com o pai a arte da fotografia no estúdio Rizzo, aberto no final da década de 1890. Gioconda Rizzo começou a fazer retratos ainda adolescente, tinha talento e paciência.

O pai só permitia que fotografasse crianças e mulheres, que ficavam tão bonitas e sensuais que Gioconda passou a ter uma numerosa clientela. Tão numerosa que em 1914, aos 17 anos abriu o seu próprio estúdio, o Photo Femina. Ao contrário dos fotógrafos da época, Gioconda retratava as mulheres com ombros de fora. Seus retratos faziam a diferença na sociedade. Um dia, seu irmão, Vicente, estudante de medicina, foi visitá-la e percebeu que entre as clientes estavam cortesãs francesas e polonesas.

Não enxergou as barreiras impostas pelo machismo de uma sociedade que proibia mulheres de estudar ou trabalhar. Fotografou o século XIX, o século XX e deixou uma lacuna na história da fotografia no século XXI, ao morrer em 2004 com 107 anos plenamente lúcidos. Gioconda Rizzo é o retrato de uma época que ajudou a construir. É considerada a primeira fotógrafa brasileira, a primeira mulher que decidiu rasgar os bordados de uma época engessada e abrir os olhos do mundo e para o mundo. Gioconda ganhou nome e o público feminino da alta sociedade paulistana, a ponto de disputarem por horários para sessões fotográficas.

Mais que inaugurar a fotografia para mulheres inovou: o senso comum apontava por fotografias de corpo inteiro, enquanto Gioconda preferia os retratos, as expressões. Coragem e ousadia retratam tanto obra como fotógrafa. Capaz de avançar no caminho, Gioconda abriu as portas da liberdade feminina para que outras mulheres buscassem a sua emancipação. Ela mesma preparava as moças para serem fotografadas e, com seu olhar mais que peculiar, conseguia retratar a sensualidade que nem as próprias modelos sabiam possuir.

Casou-se e mesmo vivendo em uma sociedade onde o Código Civil declarava que a mulher casada deveria ser dependente e subordinada ao homem e era inapta a exercer certos atos civis e só teria o direito de trabalhar com autorização do marido ou arbitro do juiz, ela não parou de criar. Em 1925 tornou-se a pioneira em foto porcelana, adaptando a técnica fotográfica de fusão do esmalte sobre o cobre (até então utilizada em joias) para uso em porcelana. Ela também colaborava com a revista A Cigarra.

Em 1980, teve seu trabalho recuperado pela curadora Rosely Nakagata, que organizou, juntamente com a pesquisadora da USP, Miriam Moreira Leite, uma exposição na Galeria Fótica. Em entrevista dada ao Jornal da USP no início de 2004, Gioconda disse que não havia percebido a diferença das cortesãs e das moças da sociedade. “Eram apenas mais alegres e descontraídas”, observou. “A minha vida era fotografar a felicidade das pessoas.”


 
 
 

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